Identificando as vivências de discriminação na clínica cognitivo-comportamental
As vivências de discriminação impactam negativamente na saúde mental e algumas pessoas autistas podem ter dificuldade para comunica-las em terapia.
Para diagnosticar se um paciente autista está sofrendo algum tipo de discriminação em relação a sua condição é importante estar atento ao seu comportamento, é comum comportamentos de isolamento se acentuarem, principalmente se a pessoa perde o interesse de frequentar ambientes que antes frequentava livremente.
Uma técnica cognitivo-comportamental útil para identificação e monitoramento é o registro de pensamentos, o App Cogni pode ser um bom aliado, uma vez que os registros podem ser feitos diretamente pelo celular do paciente e eles são salvos diretamente no painel do terapeuta, o que facilita a comunicação no momento da sessão.
Por meio dessa técnica, pensamentos automáticos (PAs) como: “sou estranho”, “não tenho valor algum”, “eu devo estar fazendo algo de errado”, “as pessoas não gostam de mim”, podem ser identificados. Tais pensamentos podem ser importantes indicadores de vivências de discriminação.
A criação ou fortalecimento de uma rede de suporte também é uma estratégias necessária. A rede pode ser composta por familiares ou um amigo do paciente que estejam dispostos a conversar sobre suas vivências em casa, no trabalho, na rua, na faculdade, nas redes sociais, etc.
Por fim, é crucial que nós, profissionais de psicologia estejamos atentos ao nosso compromisso ético de atuar pela eliminação das diferentes formas de discriminação, violência, crueldade e opressão. Fazemos isso dentro e fora dos nossos consultórios, quando atuamos com responsabilidade social e comprometimento político.
O capacitismo é crime que consta na Lei Brasileira da Inclusão (lei 13.146/2015) e prevê pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa.