Psicólogo Mayck Hartwig

Por que diagnosticar?

Um estudo publicado no Journal of Autism and Developmental Disorder, aponta para os impactos do diagnóstico tardio na vida das pessoas autistas. Os resultados indicam que ao mesmo tempo em que o diagnóstico pode ser um alívio ele pode trazer sofrimentos emocionais se não houver uma assistência pós diagnóstico. 

O processo psicodiagnóstico coloca o paciente em contato com toda a sua história de vida, desde a infância até o momento atual, essas memórias podem desencadear emoções desagradáveis e pensamentos difíceis – pode ser um caminho doloroso revisitar a própria história – por isso, o suporte durante e pós diagnóstico é tão necessário.

Informações sobre como acessar serviços médicos e psicológicos da rede pública ou privada, solicitar benefícios de prestação continuada, atendimento prioritário nos estabelecimentos e demais direitos garantidos por lei, podem ser informados no momento da devolutiva ou durante uma psicoeducação no setting terapêutico. 

É importante lembrar que o diagnóstico tardio do autismo contribui para que pessoas se conheçam mais, para que elas possam exercer o direito de “ser” quem elas são, para que elas tenham acesso a direitos que lhes são previstos por lei, para contribuir com a tomada de decisão clínica de outros profissionais e finalmente para que elas tenham ganhos na qualidade de vida.

Mas, para que os ganhos na qualidade de vida aconteçam, um diagnóstico não pode terminar em si, o suporte pós diagnóstico é necessário e fundamental.

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