A transidentidade e o autismo frequentemente coexistem.
Um dos maiores estudos realizados nas últimas décadas acerca do autismo e diversidade sexual e de gênero, que inclusive eu já publiquei por aqui, indica que pessoas Trans tem probabilidade aumentada de serem diagnosticadas com autismo. Esses dados foram publicados em um artigo escrito por Barom Cohen et al. (2020).
No ano passado, um novo estudo se propôs a explicar a co-ocorrência (Bouzy, 2023). Uma das teorias postula que as atipicidades sociais relacionadas ao autismo levariam a uma menor identificação com as normas de gênero e menos pressão para se conformar com essas normas, permitindo uma maior diversidade de gênero em pessoas autistas.
Entretanto, dadas das atipicidades nas interações sociais e comunicação, comunicar sua transidentidade para a família/grupo social é um desafio para as pessoas autistas, que muitas vezes são desacreditadas, aumentando o risco de sofrimento e atraso no atendimento.
É necessário destacar a importância de fornecer cuidados especializados para pessoas trans com autismo. O autismo não é uma contra-indicação para a afirmação de gênero. No entanto, dadas as alterações na cognição social, esse grupo requer suporte psicossocial aumentado, uma vez que estão expostos a alto risco de discriminação e assédio.
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